terça-feira, 26 de agosto de 2008

Nas aflições tenham bom Ânimo!

“Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo!
Eu venci o mundo!”
( Evangelho do Apóstolo João cap.16.33 - NVI)

Desde tenra idade aprendemos que as aflições são inerentes à existência... As formas pelas quais sofremos aflições mudam no decorrer dos anos, mas a realidade é que em todas as fases de nossa existência somos afligidos... As aflições roubam-nos a paz e nos tornam conscientes de que não estamos no controle das circunstâncias externas à nossa vida. Somos afligidos porque as pessoas nos frustram, porque as coisas se perdem ou são roubadas, porque fatores críticos exógenos acontecem... Somos, assim, literalmente atingidos pelas aflições da vida e, por isso, alguns acabam por concebê-la como um constante tormento! “Viver é sofrer”, “Depois da tempestade, vem outra tempestade ainda maior”... São algumas frases que acabam se tornando o jargão das vítimas das aflições ,resultantes dos embates da vida!

Ora, Jesus não nos diz que não teremos aflições, lutas e embates... O ensino de Jesus não é alienado das vicissitudes inerentes à existência. O ensino de Jesus não nos tira da realidade, não espiritualiza o sofrimento, nem tampouco faz dos Seus seguidores super-homens/super-mulheres, que passam pela vida como que vivendo em um “conto de fadas”...
O diferencial do ensino de Jesus principia no fato de que Deus, na Sua Soberania, torna-se carne, caminha pelas estradas empoeiradas da Palestina, e culmina na morte sangrenta na cruz do Gólgota. Deus se fez carne, mas não nega a humanidade! Por quê? Porque “(...) Deus não quer que nossa vida seja meramente espiritual; Ele quer que nossa espiritualidade seja verdadeiramente humana”. (James Houston)

Mas o capítulo das aflições não termina quando descobrimos que elas existem, e que por elas passamos e por elas iremos passar... Para aprender tal fato não é necessário escola, senão a própria existência... Afinal, todos conhecem a casa do sofrimento, e mesmo sem querer, vez ou outra todos os seres humanos a visitam...

O capítulo das aflições assume nova perspectiva,não quando delas tomamos consciência, mas quando conhecemos Aquele que venceu o mundo. Porque o Senhor Jesus venceu o mundo, ao contrário de nos desesperarmos, somos chamados a renovar o ânimo, a esperança, os sonhos, a alegria...! Não é algo que acontece do lado de fora... Não são as aflições que deixam de existir. Algo, contudo, acontece dentro daquele que crê (I Jo 5.4). Uma nova disposição mental, uma nova forma de encarar as circunstâncias, uma nova maneira de conceber e re-agir... Tal fato não se explica como fruto de um certo “sentimento religioso” capaz de amortecer a dor. É uma certeza alimentada pela convicção e sustentada pelo próprio poder de Deus. É uma disposição coerente e consciente de avaliar a vida pelo ponto de vista da fé, sem ignorar as circunstâncias. É a esperança que traz ordem ao caos. E esperança só é real em Cristo, pois em Cristo, “A esperança encontra não apenas um consolo para o sofrimento, mas também o protesto da divina promessa contra o sofrimento” (J. Moltmann).


Rev.Ézio Martins de Lima
Igreja Presbiteriana Independente Central de Brasília - DF

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tu Estás Comigo

Há momentos em nossa vida que nos sobrevêm um sentimento profundo de depressão. É como se Deus de repente não estivesse mais preocupado conosco. Em momentos assim, quase sempre, temos a convicção de que jamais alguém passou por sofrimento e dúvida iguais. Parte desse pensamento está correto; jamais outra pessoa irá passar pelas aflições que estamos passando. Em todo o mundo duas pessoas nunca irão encarar e sentir a perda de uma pessoa amada, por exemplo, da mesma maneira. Graças a Deus não fomos fabricados em série; somos extremamente complexos em relação aos outros; temos todos sentimentos próprios. Nisto reside a beleza da obra divina que é o ser humano.

No entanto, apesar de sermos emocionalmente diferentes temos sentimentos comuns a todos. Assim, quando nos encontramos nas profundezas do desespero temos a impressão que ninguém nos compreende e que somos únicos e isolados... Mas, nunca devemos esquecer, na depressão, que tais momentos são passageiros. Por mais escuros que nos pareçam os dias, eles não duram para sempre! As nuvens movimentam-se continuamente ainda que sejam movimentos lentos, imperceptíveis. Depois de uma noite escura o sol brilha pela manhã. Após o inverno frio e gélido segue-se o renovo da primavera recriando a paisagem, renovando a vida.

Passageiros! Assim devem ser os momentos de depressão em nossas vidas. Como cristãos, devemos ter em Cristo a base para enfrentar qualquer desespero; a Palavra de Deus diz:”...Tu estás comigo... ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei...” Os vales e as depressões são passageiros; a presença do Senhor, não! Ela é constante.“Não temerei! ”.O Senhor em Sua relação de amor conosco não permite que, como filhos purificados pelo sangue de Cristo e alimentados por esse amor, tenhamos de carregar, para sempre, sofrimentos numa caminhada solitária. Em nossas dores devemos olhar para Cristo, pois n´Ele reside a nossa esperança, Ele é, afinal, o nosso Salvador! ...Jesus também é chamado, "Homem de dores", pois como ninguém soube o que é padecer ao ponto de tomar sobre Si as nossas dores e enfermidades. Por excelência, é Médico de almas, Aquele que enxuga dos olhos toda lágrima, enquanto sussurra manso e suave:
“o choro pode durar uma noite mas, a alegria vem pela manhã",
(Salmo 30.56).

Ainda que o tempo tenha colocado dois mil anos entre as pessoas desta geração e a cena da crucificação, Jesus continua vivo! Nem Roma, nem Israel conseguiram destruí-Lo; a sepultura não O deteve. Ele permanece no mais alto Altar da Glória Celeste onde é proclamado por Deus, reconhecido pelos anjos, adorado pelos fiéis e temido pelos demônios. Ele é o Cristo vivo, Senhor e Salvador da humanidade, para sempre. O Grande Companheiro que diz: “Você não está sozinho! Estou aqui para renovar sua alegria. Ânimo! ”

Aleluia!

Rev. Marcos Batista
Igreja Presbiteriana do Brasil